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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Modo de falar!!!

Modo de falar

Não suporto os ares de superioridade daqueles dois. O Imperativo é muito imponente, mandão, raramente faz um pedido e alem disso é um mal educado. Ele diz que não e se vangloria de ser o modo verbal preferido das mães e chefes de qualquer coisa, o que interessa para ele é ser usado para mandar. O indicativo não é muito mandão, mas me enche o saco com sua exagerada certeza, é sempre categórico ao determinar em tempo uma ação. Agride-me verbalmente sempre que pode.
Um dia estávamos conversando nós três sentados na varanda, o sol ia se pondo, a noite vinha chegando e a nossa leitura estava se tornando difícil. Então o Modo Imperativo olhou para mim e despachou:
- Modo Subjuntivo vá buscar o lampião a gás!
- E se eu dissesse que não sei onde ele está!
- Vá buscar logo e sem delongas!
- E se eu dissesse que estou com medo do escuro!
O Modo Indicativo parecendo estar de saco cheio com a discussão atirou-me:
- Você é um dependente mesmo! Bem mostra que veio do Latim “Subjunticvo”, é um subordinado mesmo, só é alguém quando está junto com os outros!
- E se eu dissesse que não tenho culpa!
- E se tata-tata-tata o quê! Vá buscar logo antes que eu perca a paciência!!! – Bradou o Modo Imperativo.
Aquele dia eu pensei que ia apanhar do Modo Imperativo, se não fosse o Modo Indicativo agir e ser categórico e preciso na demarcação temporal, o tapa que o outro havia mandado em mim a essa altura eu não tinha mais cabeça. Lindo foi o discurso que o Modo Indicativo fez em minha defesa:
- Você está exagerando, por que não fez um pedido? A sua regra permite esse comportamento, não precisa agredi-lo dessa forma!... Afinal de contas fazemos parte da mesma família.
Essa argumentação deixou-me animado. Mas logo recaí com a fala do outro:
- Faço parte da família muito a contragosto, pois eu não me sinto bem tendo um energúmeno como parente. Um ser dependente, um inepto subordinado de origem latina – Ao final da sua fala, fez um pedido:
- O inerte pegue o lampião para nós!
- Se o Modo Indicativo fosse comigo, eu traria!
Ele atendeu a minha sugestão mesmo sem gostar. A luz chegou e iluminou o lugar bem como nossas mentes, assim restabeleceu a paz no reino gramatical, somente até a próxima briga.
(Santiago Derin)

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