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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Parece, mas não é!

Parece mas não é!

Só somos importantes, porque o outro existe!!!


Diz à lenda que à sombra de uma árvore um poeta contemplava a natureza e buscava em seu pequeno dicionário algumas palavras para descrever aquela maravilhosa paisagem. Subitamente o dicionário escapuliu das suas mãos e começou a correr e, dali, saíram muitas palavras, ávidas em participar daquela homenagem.

A bagunça foi tanta que elas passaram a se organizar em classes para apoderarem-se de algumas prerrogativas de grupo. O Substantivo saiu na frente dizendo que o seu valor era de suma importância, pois sem ele seria impossível criar uma poesia, uma vez que haveria necessidade de nomear as coisas.

O adjetivo não deixou por menos. E largou como discurso a frase: “Como representar a beleza da paisagem sem caracterizá-la com a sua participação?” O Substantivo corroído pela fala do colega, dizia que o Adjetivo estava se excedendo, pois como substantivo, pertencia a classe mais importante da Língua Portuguesa e que sozinho era capaz de dar conta do recado.

Prontamente e veementemente foi contestado pelo caracterizador que argumentava ser ele o “grande particularizador” e consequentemente, só ele teria o poder de representar toda a beleza do universo. Encolerizado o outro debatedor foi a fundo na discussão:

- Você é um dependente, sem mim você é ninguém!!

- Olhe-se no espelho – Disse-lhe o Adjetivo – Sem mim você é alguma coisa?

As palavras de outras classes olhavam para aquela discussão com tanto pesar, pois perceberam que a face do poeta foi perdendo a cor e a natureza também percebeu tanto que aos poucos foi ficando cada vez mais triste, os olhares das coadjuvantes cravaram nos lábios do poeta que olhou para natureza e anunciou:


"Ah! Não!

Jamais a verei bradando contra,

Somente agora...

Oh Sim, deverasmente contra!"


Os dois debatedores perceberam no olhar das outras classes de palavras o contentamento, foram reconhecidas as suas importâncias e não conseguiram, do poeta, esconder o risinho de escárnio no canto da boca. A natureza agradeceu a solução com o retorno da alegria e restaurou com o ar de sua beleza.

Os dois debatedores: Substantivo e Adjetivo perceberam que não estavam inclusos como classe de palavras na frase criada pelo poeta. Ficaram envergonhados e sem olhar para nenhum lado enfiaram-se dentro do dicionário e sumiram.

( Santiago Derin)

Um comentário:

  1. Obrigada pela visita! Passe mais vezes!
    Gostei deste seu blog. Com mais calma exploro mais os post :D
    Um abraço!

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Obrigado pela visita