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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Veios abertos!

Os veios abertos

Leitura - Seu aspecto era a de preocupação, o pensamento voava por entre vales e montanhas, porém os pés fixos no chão o mantinham na realidade. A garota dos olhos verdes tal como a planície o deixaram assim. Uma sensação transpassava-lhe o corpo, sabia que uma alegria viria a seguir...

- Pode parar João!

- O que foi não está gostando?

- É que você está usando um narrador que sabe muito sobre a personagem, ele está sabendo o que pensa e até o que está por vir da personagem! Será que o leitor vai querer chegar com a leitura até o final da história?

- Mas o leitor gosta de saber!

- Talvez se usássemos um narrador mais neutro, a história ganharia em emoção...

- Olha Vanderlei, eu percebi em sala de aula que os alunos gostam de manipular seus personagens durante a confecção do texto, vasculhando-lhes as estranhas, sua intimidades, seu mundo psicológico, e não contar apenas e tão somente suas ações. Por isso eles preferem o narrador onisciente...

- Por mim tudo bem! Mas...

Leitura : Tinha um aspecto de preocupação seus pensamentos pareciam perdidos na imensidão do vale. Não caminhou, manteve-se ali, fixo ao chão como uma figura estranha àquele espaço. Seria a garota dos lindos olhos verdes que o deixara assim? De repente o seu corpo se estremeceu, alguém se aproximou...

- Ficou bom Vanderlei, mas continuo achando que o narrador-onisciente dá mais firmeza na descrição da angústia e da ansiedade da personagem...

- Porem João, devemos observar que esse tipo de narrador leva o mundo e o caráter da personagem já constituído ao leitor, não permitindo-lhe espaço para a imaginação, vem tudo pronto. Já o narrador-observador neutro, como o que eu li agora, deixa tudo na impressão...

- Tudo bem, concordo com isso, contudo eu queria passar o que realmente é e não o que parece ser...

- Então use o narrador-personagem! È mais adequado para isso.

- É uma possibilidade... Vou tentar!

Leitura: Estava preocupado e muito ansioso. Não conseguia reter os meus pensamentos que passeavam por entre os vales e sobre as montanhas. Eu tentava manter-me fixo ao chão para não escapar à realidade. Ora, o que aquela garota de olhos tão verdes quanto esta planície havia feito comigo? Uma sensação estranha transpassa-me o corpo que me estremeceu. Avistei-a e uma alegria tomou-me...

- Lindo, lindo, lindo João!

- Para falar a verdade não gostei...

- Ora, mas o texto ficou muito bom. Bom mesmo!

- Vanderlei, esse foco narrativo diminuiu o raio de ação para contar a história, particularizou muito. Está concentrado no “eu” e penso não ser o mais indicado para contar a história. Isso pode desacreditar a organização dos fatos, pois torna como verdade a organização feita por um único indivíduo.

- Entendo João. então só nos resta uma alternativa, o narrador-personagem-testemunha!

- Você tem razão.... Posso?

- Fique a vontade João!

Leitura: Ali à distância sem poder ser visto, percebi sua inquietação, sua ansiedade. Podia perceber seu aspecto de preocupação, essa sensação manifestou-se também em mim. Permaneceu estático fisicamente, mas seus pensamentos pareciam distantes dali, talvez na imensidão do vale. Provavelmente estava a espera de alguém, talvez da garota linda de olhos verdes que conheceu ontem na fazenda vizinha. Parece que seu corpo foi acometido de um tremor, esboçou uma alegria. Ela se aproximou, pude ver o seu vulto branco despontando na planície verde...” - Então João?

- Ficou pior do que eu imaginava... o narrador não é nem protagonista e nem observador, parece um amigo da personagem principal...

- É, mas é essa impressão que lhe permite maior credibilidade, pois está vivendo os acontecimentos junto com a personagem protagonista, narrando as sensações do mesmo.

- Não sei Vanderlei, ainda estou com dúvida. Será que esse texto atingira o objetivo?

- Isso só o tempo dirá...

- Você quer dizer narrará!
( Santiago Derin)

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